Fala racista de Nelson Piquet em relação a Lewis Hamilton gerou retaliações ao ex-piloto.
Já passou da hora não existir mais racismo, homofobia, xenofobia e qualquer outro tipo de preconceito. No entanto, vivemos num mundo onde tais atos acontecem todos os dias e nem mesmos os famosos estão isentos, seja por sofrer ou cometer tais atos. Em entrevista recente divulgada na internet, o tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelson Piquet, usou termos racistas para se referir à Lewis Hamilton, maior piloto da atualidade da modalidade e um dos maiores da história do automobilismo.
Enquanto comentava sobre a batida do heptacampeão Lewis Hamilton com Max Verstappen – atual campeão da F-1 e namorado de sua filha, Kelly – na última edição do GP da Inglaterra, Nelson Piquet se refere ao piloto inglês como “neguinho”. A notoriedade do caso ficou maior após a divulgação de um vídeo na última semana.
“O “neguinho” meteu o carro e deixou. O Senna não fez isso. O Senna não fez isso. Ele foi, assim, “aqui eu arranco ele de qualquer maneira”. O “neguinho” deixou o carro. É porque você não conhece a curva; é uma curva muito de alta, não tem jeito de passar dois carros e não tem jeito de passar do lado. Ele fez de sacanagem”, disse Nelson Piquet.
F-1 e FIA condenam fala racista de Nelson Piquet
A fala de cunho racista proferida por Nelson Piquet não passou batida, tanto que a F-1, a FIA e as escuderias acabaram se manifestando contra as palavras do ex-piloto brasileiro. A categoria, em comunicado através das redes sociais, afirmou que qualquer ato discriminatório é inaceitável de qualquer forma na sociedade. Além disso, que seguirá lutando pela inclusão social e pela diversidade no esporte.
“A linguagem discriminatória ou racista é inaceitável sob qualquer forma e não tem parte na sociedade. Lewis é um embaixador incrível do nosso esporte e merece respeito. Seus esforços incansáveis para aumentar a diversidade e a inclusão são uma lição para muitos e algo com o qual estamos comprometidos na F-1”, disse o perfil da Fórmula 1.
Já a FIA, a Federação Internacional de Automobilismo, não deixou por menos e condenou veementemente qualquer ato racista, além disso, afirmou o seu compromisso com a igualdade e diversidade.
“A FIA condena veementemente qualquer linguagem e comportamento racista ou discriminatório, que não tem lugar no esporte ou na sociedade em geral. Expressamos nossa solidariedade a Lewis Hamilton e apoiamos totalmente seu compromisso com a igualdade, diversidade e inclusão no esporte a motor”, disse a FIA em comunicado.
Mercedes se manifesta e Hamilton alfineta Piquet
Tanto pilotos como escuderias rivais mostraram apoio a Lewis Hamilton após o fatídico episódio. Quem também não deixou de se manifestar foi a Mercedes, equipe que o piloto defende desde 2013 e onde conquistou seis dos seus sete títulos mundiais. A escuderia afirmou que repudia qualquer linguagem racista ou discriminatória, tendo também afirmado que Hamilton é um campeão dentro e fora das pistas, sempre tendo lutado contra o racismo.
“Condenamos nos termos mais fortes qualquer uso de linguagem racista ou discriminatória, de qualquer tipo. Lewis liderou os esforços do nosso esporte para combater o racismo, e ele é um verdadeiro campeão da diversidade dentro e fora da pista. Juntos, compartilhamos a visão para um automobilismo diversificado e inclusivo, e este incidente destaca a importância fundamental de continuar lutando por um futuro melhor”, diz a nota da Mercedes.
Já o próprio Lewis Hamilton, vítima da fala racista de Nelson Piquet, acabou alfinetando o ex-piloto brasileiro. Nas redes sociais, o piloto afirmou que é preciso mudar a mentalidade das pessoas e após interagir com um internauta questionou: quem é Nelson Piquet? O britânico ainda falou que já passou do tempo de tudo ficar só nas palavras, sendo que ações precisam ser tomadas.
“Vamos focar em mudar a mentalidade. É mais do que um termo. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Fui cercado por essas atitudes e alvo de minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação”, disse Hamilton.