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Campeonato Brasileiro Série C

Goleiro é alvo de racismo

Na estreia da quarta divisão paulista, goleiro é alvo de racismo.

No último final de semana foi dada à largada no Campeonato Paulista da Segunda Divisão (quarta divisão na realidade) e, lamentavelmente, a primeira rodada foi marcada por um caso de racismo. O goleiro João Pantaneiro, do Osvaldo Cruz, foi vítima de ofensas proferidas pela torcida do Santacruzense, equipe dona da casa. O arqueiro precisou ser contido pelos companheiros, pois não queria voltar à partida.

“Meu pensamento era só de deixar a partida, pois nunca tinha passado por isso. E vou te falar, é um sentimento que não desejo para ninguém. Mas fiquei pela minha família, meus companheiros. Deus foi me dando forças para continuar e, graças a Deus, Ele honrou a gente com a vitória. Deus é justo”, disse o goleiro ao portal Globo Esporte.

Ainda em entrevista, João Pantaneiro afirmou que relevou outros xingamentos da torcida do Santacruzense, porém não conseguiu suportar o ato de racismo. 

“Infelizmente existem essas pessoas no mundo ainda, ingratas, que não sabem o que falam. Estava relevando tudo, mas a partir do momento que me chamou de preto, é complicado. Pensa: uma pessoa que nunca te viu na vida, não tem intimidade nenhuma, te chamar assim, é complicado. Futebol não precisa disso. Hoje eu passo aqui, aí vai outro goleiro lá passar de novo. E nada acontece. Sou pai de família, meu filho tem cinco meses, imagina ele me ver passando por isso”, afirmou João Pantaneiro.

Presidente do Santacruzense questiona caso de racismo

A partida entre Santacruzense e Osvaldo Cruz terminou com vitória dos visitantes, mas o resultado foi o que menos importou. Além do caso de racismo, a arbitragem foi obrigada a paralisar o jogo por conta de cânticos homofóbicos oriundos da torcida da casa. Porém, o que mais chamou a atenção foi a declaração de Luciano Rosalem, presidente da equipe de Santa Cruz do Rio Pardo, que colocou em dúvida o caso de racismo.

Não vi o lance, estava do outro lado do campo. Teve gritos homofóbicos, isso sim. O árbitro disse que não queria mais esse grito, chamou a polícia. Neste meio termo, ele disse ter sido xingado. Os torcedores que estavam lá e conversaram comigo depois disseram que ninguém falou. Fica a interrogação. Ele chorou, ficou chateado, são as palavras dele, e eu sou contra racismo, mas precisa ver até que ponto foi verdade. Não temos câmera de monitoramento no estádio. Se alguém tivesse xingado, acredito que algum torcedor denunciaria. É uma coisa chata”, disse Luciano Rosalem.

O árbitro da partida, Pedro Henrique Alves de Paula, relatou todos os atos ocorridos em súmula. Agora, cabe à Federação Paulista de Futebol e ao TJD-SP analisarem o caso e uma possível punição.

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